Você já precisou dar uma grande guinada em sua vida? Jornalista, William Travassos não teve dúvidas. Ao perceber que seu contrato com a Record seria encerrado, ele decidiu “montar seu negocinho”.
VEJA ESSA
A decisão, na prática, significou a troca do estúdio de televisão pela cozinha de pizzarias. Mas não se engane: Travassos não guarda qualquer mágoa da antiga emissora.
Ao contrário. Nesta entrevista exclusiva ao RD1, ele relembra sua experiência como apresentador de jornais policiais no Rio de Janeiro e São Paulo. Fala com carinho de colegas, como Geraldo Luís ou o saudoso Marcelo Rezende.
Um homem de negócios na Comunicação
Em mais de um momento na conversa, ele reitera a sua vocação empreendedora. “Todas as relações são negócios. Eu sou um número para o empresário e vice-versa. O mais importante é que tive o meu salário bem pago”, salienta.
Mais adiante, William detalha sua nova rotina como dono de restaurantes. Além das funções administrativas, ele se transforma em cozinheiro, garçom ou pintor, sempre que há necessidade.
Tamanha versatilidade é motivo de orgulho. Afinal de contas, o seu principal objetivo é servir os clientes com amor. Avesso à fama, ele confessa que é reconhecido por sua voz, especialmente quando faz atendimentos no salão da pizzaria.
Por outro lado, a pandemia de Coronavírus impôs novos desafios. Manter os restaurantes e preservar os empregos não têm sido uma tarefa fácil, ele admite. Mas esse momento tão peculiar também ajudou a reacender seu desejo de voltar para a televisão.
Se já houve algum convite, você descobre no fim deste bate-papo, que traz ainda outras curiosidades sobre o cara engomadinho que se transformou em um careca diferentão.
Em meio a tantas mudanças, algumas características, como o carisma e a simpatia, seguem intactas. Boa leitura!
William Travassos: a voz que impressionava os amigos
RD1 – Conte-nos um pouco sobre a sua trajetória no jornalismo / comunicação. Quando você decidiu que gostaria de seguir essa carreira? Qual a sua motivação?
William Travassos – O meu interesse pela comunicação começa quando eu estou no quartel, ainda, servindo a Aeronáutica. Meus amigos falavam: “Você tem uma voz tão legal, poderia fazer um curso de locução”.
Pois bem, fui procurar Luiz de Holanda “Bocão”. Esse cara tinha uma escola de locutores na antiga TV Tupi, no bairro da Urca, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele fazia chamadas da TV Globo junto com o Dirceu Rabelo. Para mim, o Bocão é um dos maiores locutores do Brasil.
Ele me apresentou o rádio. Foi uma paixão incrível; fiquei 15 anos fazendo isso. Em algum momento, porém, eu senti a necessidade de me preparar mais para o mercado e fui buscar a faculdade de Jornalismo.
Assim que eu termino o curso, já estava gravando muitos comerciais de vídeo, de voz para a TV. Até que, em 2003, surge uma oportunidade na Record para fazer um programa chamado Rio Maravilha, do segmento de turismo e aventura, que mostrava as maravilhas do Rio de Janeiro.
A minha maior motivação para essa área do jornalismo, da comunicação foi grana. Eu sempre fui um cara comercial. Sempre foquei no negócio.
RD1 – William, você se tornou conhecido do grande público durante a sua passagem pela Record, onde comandou telejornais locais no Rio e em São Paulo. Que balanço faz desse período? Qual acredita ter sido o seu auge na emissora?
William Travassos – Acontece uma coisa interessante quando eu começo na Record: eu já tinha 15 anos de estrada no rádio, o público do Rio já me conhecia, eu fazia 200 mil comerciais de voz, de vídeo…
Mas em 2006, quando eu entro para fazer o jornal na parte da manhã substituindo o Wagner Montes, que estava se candidatando, eu vou fazer jornalismo policial e a coisa funciona muito bem.
O Wagner é eleito, ele ganha um programa na hora do almoço e eu fico com o jornal da manhã. Aquele era o melhor momento da Record: entre 2006 e 2007, o canal cresceu muito, deu muito trabalho para a concorrência e eu acompanhei toda essa evolução.
Eu não sei te dizer qual foi o meu melhor momento na emissora, mas tenho a certeza de que eu vivi muito bem os anos na Record, tanto no Rio quanto em São Paulo.
Se eu fosse fazer agora um balanço da minha vida profissional, eu falo para você que eu tenho o meu salário bem pago, ou seja, eu trabalhei e recebi por isso. Foi muito legal.
O povo gosta mesmo é da fofoca
RD1 – Que avaliação você faz da linha editorial de telejornais mais populares, como Balanço Geral e Cidade Alerta? Ao mesmo tempo em que se cria uma identificação com o público, há quem aponte, por exemplo, excesso na abordagem de pautas policiais. Você concorda?
William Travassos – O Balanço Geral é um formato bem-sucedido no Brasil inteiro. E o sucesso não está na reportagem policial. O grande acerto, se você for pegar os números, está na fofoca mesmo.
O que o povo gosta é aquela coisa de falar dos outros – o que eu acho o maior barato. Acredito que tem público para isso e tudo bem.
Em relação ao Cidade Alerta, há mais espaço para o dramalhão e crime passional. Eu acredito que o Marcelo Rezende conseguiu dar uma cara diferenciada ao programa porque ele era um cara muito engraçado – sério, porém com uma pitada de humor.
Tem gente que fala: “Ah, tem um excesso nas pautas policiais”. Eu não sei, acho que os produtos pedem isso, e tudo bem. Tem uma galera que curte. OK.
Vídeo exclusivo
Além do saudoso Marcelo Rezende, William Travassos lembrou com carinho da convivência com o amigo Geraldo Luís. Assista:
Relembre o momento em que Geraldo tenta roubar um selinho de William Travassos:
RD1 – Você apresentou jornais no Rio e São Paulo. Há alguma diferença entre essas duas praças na linguagem, linha editorial, ou no modo de fazer o jornal?
William Travassos – Já apresentei jornal policial nessas duas praças e a diferença é muito grande: no Rio de Janeiro, você tem cinco facções criminosas, tem milícia; em São Paulo, você tem uma facção criminosa e o roubo a patrimônio é o grande “foco do barato”.
Então, é preciso virar a chave: a linguagem é diferente e você tem que entender para quem está falando e como aquela pessoa encara a vida. Aí é muito legal fazer o trabalho de casa.
A primeira coisa que fiz ao chegar em São Paulo foi comprar um skate. Fui andar pelas ruas da cidade para ouvir o que o cara estava falando, para entender qual era o problema que ele estava enfrentando.
Afinal, o Rio eu conhecia, mas São Paulo, não. E o maior erro de um apresentador é se trancar num condomínio, se isolar do povão, porque ele perde a comunicação com seu público.
Eu sempre gostei de andar de metrô, de trem, de andar pelas ruas. Aí alguém pergunta: “Mas você fazia programa policial e andava tranquilamente”? Sim, por que não? Eu sempre fui um cara que ia para as delegacias, para os batalhões depois do meu horário e isso aí você nunca me viu divulgando, porque não tinha necessidade.
Era importante para mim entender essas demandas – tanto do Rio quanto em São Paulo – para poder desempenhar bem o meu trabalho e, assim, apresentar soluções e resultados.
Quando você conhece o problema, é muito mais fácil fazer uma abordagem correta. Então, a diferença entre as duas praças é grande. A gente tem que virar a chavinha e fazer o trabalho de casa. Quem não faz, amigo, não chega a lugar nenhum.
TV ou pizzaria. Tudo é business
RD1 – Em que circunstâncias se deu a sua saída / desligamento da emissora? Em algum momento você se sentiu desvalorizado?
William Travassos – Da forma mais tranquila possível, porque é uma relação comercial. Meu contrato vencia em novembro de 2018 e a Record não tinha interesse mais no William. Ponto.
Em momento nenhum me senti desprestigiado, desvalorizado… não, claro que não. Eu sou um número para o empresário e vice-versa. É uma relação de negócios, business, e ponto final.
RD1 – Paralelamente, você decidiu deixar aflorar o seu lado empreendedor e abriu o seu próprio negócio. O que o levou a tomar essa decisão e dar essa guinada?
William Travassos – Um ano antes do meu contrato terminar, eu percebo que nós não renovaríamos em função de tudo que estava acontecendo. A Record tinha outras opções, por um preço melhor.
Eu resolvi, falei: “Vou criar o meu plano B. Vou montar o meu negocinho, vou pegar o meu banquinho e tocar meu rumo”. E foi isso que eu fiz.
Eu montei a primeira pizzaria no Rio em 2017; em 2018, eu saí da Record em novembro, só que dois meses antes eu já abri a unidade de São Paulo. Esse foi o jogo. Por isso que eu resolvi dar essa guinada na minha vida e virar dono de restaurante.
A versatilidade de William Travassos: dono, cozinheiro, pintor…
RD1 – Como é a sua rotina na pizzaria? Você exerce apenas funções administrativas ou põe a mão na massa?
William Travassos – A minha rotina na pizzaria começa às sete e meia da manhã e eu vou até uma, duas, três da madrugada. Não fico só na parte administrativa. “Faltou o cozinheiro”. Ok, o William vai cozinhar. Eu amo cozinhar!
“O pizzaiolo está enrolado, precisa montar a pizza”. Vamos prepará-la! “Tem que pintar, a gente está sem grana”, vamos pintar! E o William se transforma em pintor, faxineiro ou então vai lavar pratos. E tudo bem.
O importante é a gente fazer isso com amor, que eu acho que esse é o grande segredo da vida: eu gosto de servir as pessoas, seja fazendo o jornal ou atendendo na minha pizzaria.
RD1 – Qual a melhor pizza do seu cardápio? Faça a sua propaganda!
William Travassos – Aqui em São Paulo, a gente tem a Ciccillo Pizzaria, que fica no bairro de Higienópolis, atrás do Cemitério da Consolação. A melhor pizza que eu tenho aqui – eu recomendo para a galera – é uma pizza com massa napolitana, com longa fermentação.
A gente só come essa massa 48 horas depois do preparo. Por exemplo, a pizza de parma, que é a que eu amo: molho de tomate, mussarela, queijo brie, parma e geleia de pimenta. Recomendo.
No Rio, nós temos a Ilho Pizzaria, que é fantástica. Fica debaixo do condomínio Arena, na Avenida Suburbana, no bairro de Pilares. E na Cachambi vem calabresa, cream cheese e um pestozinho de azeitona (ou azeitona mesmo, aquela azeitona preta mesmo, gostosa), massa fininha… é muito bom! Eu adoro.
Do cara engomadinho ao tatuado diferentão
RD1 – Mesmo afastado da TV, você chega a ser reconhecido pelos clientes da pizzaria? E nas ruas, como é a abordagem? O quão importante esse reconhecimento é para você? Você gosta ou há um lado bom em ser anônimo?
William Travassos – A galera me reconhece, é muito maneiro. Quando vou atender a clientela, eles me perguntam: “Você não é o cara da TV”? Esse questionamento é comum principalmente quando eu falo, porque as pessoas reconhecem pela voz. O jornal da manhã tem essa característica: os espectadores ouvem mais do que olham para a televisão.
Nas ruas, a abordagem é mais rara porque eu mudei muito. Hoje sou careca, todo tatuado, diferentão daquele cara engomadinho, de terno, com cabelo arrumado. Eu não sinto falta do assédio, de gente me parando no meio da rua…
Sempre fui um cara bastante tranquilo, muito reservado, na minha. Você vai procurar informações – dá uma “googlada” aí – vê se alguém encontra registros do William em eventos para aparecer ou qualquer coisa assim. Não.
Vídeo Exclusivo
Apesar de não se considerar uma celebridade, William Travassos brinca que, hoje em dia, não recusaria um convite para uma visita à Ilha de Caras. Assista:
RD1 – Você se afastou da TV, mas continua comandando um programa no rádio. Qual o formato de sua atração? Algum outro projeto na área de Comunicação?
William Travassos – Quando eu saio da TV, eu priorizo as pizzarias. Existe aquela história de que “o olho do dono é que engorda o gado”, então vou cuidar do meu negócio. Eu, com uma pizzaria no Rio e outra em São Paulo, não tinha tempo para absolutamente nada.
Porém, um grande amigo, Raphael de França, assume a direção artística da Rádio 94 FM – a primeira emissora em que eu trabalhei no Rio de Janeiro – e me faz um convite.
“Tenho um programa para você: de segunda a sexta, você vai fazer a primeira hora, é uma coisa rádio AM, dona de casa, aquela coisa de bater papo com o ouvinte, resumo da novela”. E foi um grande barato.
A segunda hora tinha uma proposta mais séria: promover um debate, que depois dobrou de tamanho. Ou seja, eu estava ficando três horas ao vivo no ar de segunda a sexta.
Mas aí vem a pandemia e sou obrigado a parar porque eu preciso dedicar mais tempo aos restaurantes. Hoje participo só no final de semana da “Turma do Rádio”, com o Francisco Barbosa, Coelho Lima, Ricardo Alexandre, Amauri Santos, Nikolas Baccarin, uma galera super apaixonada pelo que faz.
Estar na 94 me encanta. Na área de comunicação, eu não tenho nenhum projeto porque hoje, com essa pandemia, eu preciso priorizar a gestão das pizzarias.
Pandemia: desafios no negócio e transformação pessoal
RD1 – Falando do momento peculiar em que vivemos, como o coronavírus transformou seu dia a dia? Gostaria de deixar uma mensagem aos leitores?
William Travassos – A pandemia impactou muito a minha vida. Eu me mudei para São Paulo para poder tocar o restaurante nesse momento difícil para o empresário brasileiro. Nós estamos numa luta, é uma questão de sobrevivência.
Eu acho que é um dia após o outro tentando manter o negócio, salvar os empregos e é uma tarefa muito difícil essa de ser empreendedor no Brasil no meio de uma pandemia.
Mas, se eu puder mandar uma mensagem para a galera que está lendo a gente agora, eu queria muito que vocês acreditassem que a gente consegue melhorar como ser humano, é possível sobreviver a essa loucura toda.
A gente só precisa se unir: não é com ódio que a gente vai construir um mundo melhor, é com amor e com respeito. Então vamos acreditar, eu tenho certeza que nós vamos sair dessa loucura toda melhores. Pelo menos, acredito que vamos sair com mais respeito pelo próximo e pela vida humana. Vai passar, gente. Vai passar.
RD1 – Jornalista, empreendedor. Mais alguma habilidade / paixão oculta de William Travassos que as pessoas ainda desconhecem?
William Travassos – Para responder a essa pergunta, vou relembrar uma passagem da minha vida. Em 2012, eu tenho uma trombose e quase morro. Fico 15 dias internado num hospital no Rio de Janeiro e aí resolvo mudar a minha vida.
Eu era um cara que adorava um uísque, fumava charuto, tinha 118 quilos. Depois desse susto, eu viro a chave, emagreço 38 quilos e me transformo e vou descobrir outros prazeres na vida.
Eu começo a surfar, andar de skate… logo depois eu descubro a motocicleta; sou apaixonado por moto: volta e meia dou um giro de 600, 700 quilômetros e volto renovado. Ou então pego a minha prancha e vou para o litoral de São Paulo ou Rio de Janeiro pegar onda.
Agora estou me amarrando em dançar. É uma grande diversão. Algumas pessoas estranham: “Você era tão sério no jornal, a gente acompanha agora, você é diferentão”. Na verdade, eu sempre fui assim, só que o jornal é uma outra história.
Então eu acho que não tenho mais nada, nenhum segredo não. Pode ser que, como eu estou me reinventando a todo o momento, amanhã eu descubra uma nova coisa… de repente, vou fazer sapateado, quem sabe?
A volta de William Travassos para a TV
RD1 – Perto do fim, a pergunta que não pode faltar: você pensa em voltar para a TV? Já houve convite?
William Travassos – Se eu penso em voltar para a TV? Claro, tenho muita vontade. E ainda mais nesse período da pandemia. Eu fiquei agoniado porque queria poder ajudar as pessoas. O meu objetivo na TV como apresentador sempre foi esse: de trabalhar para o povo.
Eu sempre fiz jornalismo com muito amor, com muito tesão e ficar de fora dessa cobertura em um momento tão peculiar para o nosso país – ou melhor, para o mundo – foi muito difícil porque eu queria participar disso, eu queria ajudar. Gostaria de orientar e passar informações confiáveis.
Mas não tive nenhum convite. Estou aqui, disponível. Reitero que, para mim, é uma questão de negócio: sou um produto. Se alguém me convidar, vamos sentar e negociar. Tudo é possível.
Eu sinto falta, não tenho dúvida disso, ainda mais com essa loucura toda que a gente está vivendo. Não poder ajudar as pessoas é o que mais me deixa agoniado.
RD1 – Para encerrar, o que você gosta de assistir na televisão?
William Travassos – E o que é que o William assiste na TV? Filme. Eu me amarro em um bom filme. Detesto série, galera. Não consigo acompanhar. Já tentei duas vezes, mas é muito difícil para mim.
Série não acaba, existe aquela dinâmica de “ah, mas terminou a temporada”… mas aí vem outra e vai mudando. Não é para mim. Eu gosto de histórias com início, meio e fim.
RD1 – Deixe uma mensagem aos leitores do RD1 e aos admiradores do seu trabalho!
William Travassos – A minha mensagem aos leitores do RD1 é de agradecimento: se você chegou até aqui, lendo essa reportagem, eu fico muito feliz. Obrigado pelo carinho. Torço para que todos superem essas dificuldades decorrentes da pandemia.
Tudo vai voltar ao seu normal em algum momento. E eu estou aqui, no meu cantinho, torcendo por vocês, para que a gente tenha um país mais justo e consiga fortalecer os laços de amizade que nos unem como brasileiros.
Vamos em frente. Obrigado a todos vocês que acompanharam a minha carreira durante esses anos. Venham comer uma pizza comigo, vai ser uma alegria recebê-los. Obrigado, gente. Estamos juntos.
Conheça o Projeto Telejornalismo Regional
O RD1 está promovendo uma série de entrevistas com apresentadores de telejornais locais em todo o país. Releia os conteúdos já publicados:
Mário Motta – Jornal do Almoço – NSC / Globo Santa Catarina
Philipe Lemos – ES 1 – TV Gazeta / Globo Espírito Santo
Piero Vergílio é jornalista profissional desde 2006. Já trabalhou em revistas de entretenimento no interior de SP e teve passagens pelo próprio RD1. Em tempos de redes sociais, criou um perfil (@jornalistavetv) para comentar TV pelo Twitter e interagir com outros fãs do veículo. Agora, volta ao RD1 com a missão de publicar novidades sobre a programação sem o limite de 280 caracteres.