Enquanto a Globo dedicou praticamente toda a edição do Jornal Nacional à cobertura da morte do Papa Francisco, a Record, emissora ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, surpreendeu ao dedicar apenas 3 minutos ao principal acontecimento do dia.
A diferença de abordagem entre os dois telejornais chamou a atenção do público e gerou questionamentos nas redes sociais sobre a linha editorial adotada pela emissora comandada por Edir Macedo.
A morte do Papa Francisco foi anunciada oficialmente nesta segunda-feira (21), mobilizando a imprensa mundial. No Brasil, duas das maiores emissoras do país trataram o assunto de formas bem distintas.
Record prioriza outras pautas
O Jornal da Record, exibido a partir das 19h55, não abriu a edição com a notícia do falecimento do pontífice. O destaque inicial foi para o assassinato de uma mulher no interior paulista, seguido por reportagens sobre o pagamento do 13º salário e outras pautas do noticiário diário.
A reportagem sobre a morte do papa só apareceu como a quinta matéria do jornal. Além de um breve perfil de sua trajetória, a emissora incluiu menções a dificuldades enfrentadas durante seu papado, como escândalos de abuso sexual que não teriam sido investigados
A cobertura também citou a viagem do presidente Lula a Roma, onde participará do funeral. O tempo total dedicado à morte do Papa Francisco: 3 minutos.
Globo faz cobertura completa e emotiva
Na contramão, a Globo entregou uma cobertura extensa e detalhada do falecimento do líder da Igreja Católica.
O Jornal Nacional, exibido ao vivo das 20h30 às 21h39, teve 59 minutos voltados exclusivamente à morte do papa — com reportagens especiais, entradas ao vivo de correspondentes internacionais e depoimentos de líderes políticos do Brasil e do mundo.
A escalada já deixava claro: o programa seria inteiramente dedicado a Francisco. O primeiro bloco contou com 16 minutos de informações sobre o impacto da morte no Vaticano e os feitos do pontífice.
Direto da Itália, a repórter Ilze Scamparini trouxe os primeiros detalhes sobre o velório e o futuro da Igreja. Na sequência, o jornal exibiu reações de políticos.
Um dos momentos mais emocionantes veio com a lembrança da visita do papa ao Brasil, em 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude. O JN ainda exibiu a carta de Francisco descrevendo como gostaria de ser velado e finalizou a edição com um minuto de silêncio.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]