Após acusações, Globo rebate Bolsonaro com editorial e fala de concessão

Renata Lo Prete

Renata Lo Prete leu editorial da Globo contra Bolsonaro (Imagem: Reprodução / Globo)

A Globo respondeu ao presidente Jair Bolsonaro na noite dessa terça-feira (29). A emissora carioca resolveu se pronunciar, via Jornal da Globo, sobre as acusações feitas pelo político em uma “live” no Facebook.

Sob o comando de Renata Lo Prete, o telejornal exibiu trechos do presidente acusando a Globo de tentar derrubar seu governo por meio de ataques aos seus familiares – filhos, esposa e pessoas próximas.

Por meio de um editorial, Lo Prete falou sobre as ofensas feitas por Bolsonaro ao canal, nas quais chamou o jornalismo da Globo de “patifaria e canalha”.

“Em relação às ofensas que o presidente [Jair] Bolsonaro dirigiu à Globo, a emissora divulgou a seguinte nota: A Globo não fez patifaria nem canalhice. Fez, como sempre, jornalismo com seriedade e responsabilidade. Revelou a existência do depoimento do porteiro e das afirmações que ele fez. Mas ressaltou, com ênfase e por apuração própria, que as informações do porteiro se chocavam com um fato: a presença do então deputado Jair Bolsonaro em Brasília, naquele dia, com dois registros na lista de presença em votações”, informou.

“O depoimento do porteiro, com ou sem contradição, é importante, porque diz respeito a um fato que ocorreu com um dos principais acusados, no dia do crime. Além disso, a mera citação do nome do presidente leva o Supremo Tribunal Federal a analisar a situação”, completou.

“A Globo lamenta que o presidente revele não conhecer a missão do jornalismo de qualidade e use termos injustos para insultar aqueles que não fazem outra coisa senão informar com precisão o público brasileiro. Sobre a afirmação de que, em 2022, não perseguirá a Globo, mas só renovará a sua concessão se o processo estiver, nas palavras dele, enxuto, a Globo afirma que não poderia esperar dele outra atitude. Há 54 anos, a emissora jamais deixou de cumprir as suas obrigações”, finalizou.

Entenda o caso

A reportagem do Jornal Nacional mostrou um processo que liga, indiretamente, o nome de Bolsonaro à investigação da morte de Marielle Franco. A Polícia Civil do Rio de Janeiro teve acesso ao caderno de visitas do condomínio em que o ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado da morte da vereadora do PSOL, mora. No mesmo condomínio, reside Jair Bolsonaro.

No dia da morte de Marielle – 14 de março de 2018 -, momentos antes do assassinato, o ex-PM Élcio Queiroz, também suspeito de participar do crime, anunciou que iria visitar Bolsonaro, porém, acabou indo até à casa de Lessa, conforme trouxe o Jorna Nacional.

Da Redação
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