Dirigido por Wagner Moura, o filme Marighella chegou aos cinemas de Portugal dois anos após a estreia mundial no Festival de Berlim. A produção retrata a história de Carlos Marighella, um deputado cassado que se tornou guerrilheiro durante a ditadura militar. Bruno Gagliasso deu vida ao delegado Lúcio, principal perseguidor do personagem, que também naturaliza a tortura.
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Durante debate em Lisboa, durante o lançamento do filme, o galã comentou sobre detalhes da história e sua importância. “As pessoas até hoje não sabem quem é ele. Um dos principais objetivos do filme é esse, informar e fazer com que as pessoas estudem. Não deixar nossa história apagar“, comentou.
Ao falar sobre sua atuação, Gagliasso ressaltou que foi muito difícil dar vida ao torturador: “Interpretei um racista. Minha filha é negra, tinha acabado de chegar. Seu Jorge é meu amigo, disse coisas horrorosas a ele. Foi muito difícil, muito doloroso“.
“Sofri muito, mas sabia o quanto é importante este filme ser lançado no Brasil. Fiquei três meses em São Paulo, não levei minha família. Não queria fazer as coisas que estava fazendo em cena, chegar em casa e beijar minha filha. Mas tenho certeza que eles terão muito orgulho de mim”, complementou.
Seu Jorge, cantor e ator, dá vida a Marighella, e detalha os anseios e lamentos do político. Além disso, a obra cinematográfica retrata as dificuldades em ser negro no Brasil: “É impressionante, a gente está vivendo algo muito parecido. As mortes continuam acontecendo, continuam tentando calar. 95% das mortes no Brasil são de jovens negros”.
Bruno ainda revelou que durante as filmagens a produção teve receio de que Lúcio acabasse sendo interpretado como o herói da história. “Olha a que ponto chegamos, o medo da equipe que meu personagem, aquele monstro, se tornasse herói para muita gente. O que é possível, né? O mito, Lúcio é o mito”, compartilhou.
A previsão é de que o filme chegue aos cinemas brasileiros em novembro. Segundo o artista, a questão é apenas a pandemia: “Ninguém falou que o filme não iria ao ar. Criaram mecanismos burocráticos para não ir. Isso é o quê?“.
“A censura ainda existe, mas de várias maneiras. Agora não, o filme pode estrear. Acontece que o Brasil está desgovernado, a pandemia está completamente desgovernada e os cinemas não estão abertos. Então, hoje, é por conta da pandemia”, ressaltou.
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