Com Faustão gravado, Globo dá a faca e o queijo na mão da concorrência

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Há 30 anos no ar, Domingão do Faustão passará a ser gravado; concorrência poderia acordar (Imagem: Reprodução / Globo)

Depois de completar 30 anos no ar ininterruptamente, o Domingão do Faustão entrará em uma nova fase em 2020. O dominical de Fausto Silva passará a ser gravado e, com isso, enquanto a Globo perderá a maleabilidade de sua programação, SBT, Record, Band e RedeTV! terão um motivo a mais para sair da zona de conforto.

Explico: não é de hoje que em situações de grande relevância, como coberturas jornalísticas e, no caso deste ano, o acompanhamento das eleições municipais e sua apuração, o Domingão abre espaço para o jornalismo global. Gravado, terá que ser cortado abruptamente ou derrubado para que algo de maior relevância vá ao ar.

Além disso, perde-se um pouco a graça e a essência do formato. Os comentários ácidos de Faustão com a produção e, principalmente, com a política, que quando ao vivo dificilmente são moderados, poderão ser submetidos à edição. Uma característica conhecida do público que pode mudar e desagradar o apresentador.

Enquanto isso, a faca e o queijo passam a ficar nas mãos da concorrência, que não pode ser menosprezada. Hoje, o jornalismo e o ao vivo passaram a ter maior protagonismo na TV e é o pontapé de discussões, principalmente, nas redes sociais. À exceção da Globo com o Fantástico, SBT, RedeTV! e Band trancam as redações na sexta-feira à noite.

A Record, ainda que com seu Domingo Espetacular às vésperas de uma reformulação, é a que mais tem chances de abocanhar mais audiência no horário em que o Domingão vai ao ar. Não é difícil concorrer com a reprise das Olimpíadas do Faustão. Com um pouco de inteligência, poderá ser uma opção.

As demais emissoras deveriam acordar de vez. Com o Domingão gravado, a Globo esfrega na cara uma liderança confortável, debochando do que a concorrência coloca no ar no mesmo dia e horário. Ousadia e ambição são palavras que poderiam substituir a zona de conforto dos eternos assistencialismos e futilidades exibidas.

No mais, no ano em que completa 70 anos de existência, a televisão brasileira tem tudo para sair do mais do mesmo. A faísca que pode incendiar a mudança já foi dada. Seja na mescla de entretenimento com jornalismo, nunca um conteúdo fresco e ao vivo, ainda que sendo o bom e velho arroz com feijão, foi tão requisitado.

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Da RedaçãoDa Redação
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