A discussão sobre um possível quadro novo do Domingão com Huck, no qual anônimos contam histórias absurdas e divertidas a Luciano Huck, está mobilizando portais destinados à cobertura de TV e famosos, que reivindicam para si a descoberta da ideia. Maurício Meirelles alega ter apostado nas histórias inusitadas de gente desconhecida, no YouTube e no teatro, há cinco anos. A web atribui tal “criação” a Fábio Porchat.
VEJA ESSA
Agora… Como alguém pode ser dono de algo que existe desde que o mundo é mundo? E que fez da TV o que é hoje? Vejamos: o veículo em questão não sobrevive de histórias de todos os tipos, que anônimos e famosos contam quando participam de entrevistas ou mesmo das pautas de telejornais? Por que algo tão antigo só ganhou pai agora?
Há mudanças de formato, claro, e é isto que confere a “posse” de uma ideia a alguém. Mas até neste parâmetro, em tempos nos quais a criatividade anda rareando, cabe questionamento. O que Porchat faz em seu programa no GNT não é diferente do que Jô Soares fez no SBT e na Globo. São três convidados por noite, dos quais o apresentador busca extrair revelações especialmente divertidas.
Jô, contudo, apresentava um nome a cada bloco. Enquanto debatia assuntos dos mais variados, extraía uma ou outra historinha de quem sentava na poltrona a seu lado. Era isso também que fazia Hebe Camargo no sofá sempre repleto de amigos. Ou que Serginho Groisman ainda busca em seu Altas Horas – e Danilo Gentili no The Noite. Até mesmo Silvio Santos e suas colegas de auditório. E o próprio Luciano Huck…
O grande mal da proposta para o Domingão não é usar da mesma “ideia” de Fábio Porchat ou Maurício Meirelles, mas enveredar pelo mais do mesmo. Já temos conversas demais. Confissões especialmente engraçadas dominam a TV no Brasil e no mundo há sabe-se lá quanto tempo… Não é isso que vai fazer das atrações de Huck, Porchat ou Meirelles superiores às demais.
