O Jornal Nacional desta segunda-feira (21) decidiu comentar a agressão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a uma repórter da TV Vanguarda, afiliada da Globo do interior de São Paulo. Os apresentadores leram uma nota da emissora, que disse que ele estava “descontrolado”.
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O caso aconteceu durante um evento em Guaratinguetá (SP), quando o político foi questionado sobre o Brasil ter batido a marca de 500 mil mortes pela covid-19 no último final de semana. Além disso, Bolsonaro não gostou de uma pergunta sobre a utilização de máscaras.
Ao lado de apoiadores, o presidente se estressou, tirou a máscara de proteção contra a Covid-19 e mandou Laurene santos, da Globo, calar a boca.
“O presidente destratou a repórter Laurene Santos, da TV Vanguarda, afiliada da Globo. Laurene perguntou por que ele tinha chegado à cidade sem máscara mesmo tendo sido multado recentemente em São Paulo por não usar a proteção. Bolsonaro disse: ‘Eu chego como eu quiser, onde eu quiser, eu cuido da minha vida’. Em seguida, tirou novamente a máscara”, afirmou Renata Vasconcellos.
A âncora acrescentou: “A repórter tentou explicar que o uso da máscara é exigência de lei. Mas, descontrolado, o presidente mandou a repórter calar a boca e insultou a Globo com palavrões”.
William Bonner, então, leu uma nota da emissora: “A Globo e a TV Vanguarda repudiam o tratamento dado pelo presidente. Não será com gritos e intolerância que o presidente impedirá ou inibirá o trabalho da imprensa no Brasil. Esta, ao contrário dele, seguirá cumprindo o seu papel com serenidade. A Laurene Santos, a irrestrita solidariedade da Globo e da TV Vanguarda”.
O piti de Jair Bolsonaro aconteceu dias depois do Jornal Nacional ter feito um editorial sobre as 500 mil mortes pela covid-19. Ontem mais cedo, na entrada do Palácio da Alvorada, o presidente ironizou a declaração de Bonner no telejornal e comparou o âncora a um médico.
“Quem estiver com Covid sabe quem procurar agora, o doutor William Bonner. A doutora Miriam Leitão também é muito boa”, comentou ele, que não comentou a marca de 500 mil mortes no Brasil.
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Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]