Por que a TV vem descartando bons profissionais, como Angélica?

Celso Portiolli recuperou duas horas de seu “Domingo Legal” esta semana; SBT voltou atrás no dia seguinte (Imagem: Divulgação / SBT)

Não é preciso ser aficionado por TV para notar a estranha movimentação nos corredores das principais redes do país: nomes de valor com Angélica (Globo), Celso Portiolli (SBT) e Sabrina Sato (Record) perdem espaço para caras novas, figurinhas repetidas e atrações de baixo custo. Estranhamente, figuras “essenciais” ao veículo – inclui-se aqui, por exemplo, Jô Soares – estão relegadas a programas menores, participações ínfimas ou “aposentadoria compulsória”.

Angélica, por exemplo, perdeu o “Estrelas” em abril. A apresentadora desenvolve uma nova atração, prevista para abril de 2019. Uma das profissionais mais experimentadas de nossa TV, pasmem, não encontrou encaixe em nenhum dos meus componentes da linha de show da Globo.

O “Vídeo Show”, no qual a loira esteve por anos, foi relegado a ex-BBBs tão inexpressivas quanto a já antiga integrante do vespertino, Sophia Abrahão; egressa da dramaturgia, Taís Araújo substitui Fernanda Lima no reality “PopStar”, enquanto Juliana Paes e Lázaro Ramos – também aquém das expectativas em seu “Lazinho com Você” – vão conduzir um game-show nas noites de quinta-feira; e Tiago Leifert não encontra espaço na agenda para curtir merecidos dias de folga.

Independente do talento de cada um, todos estão cumprindo funções que caberiam, perfeitamente, a Angélica. O comportamento da emissora para com a contratada remete à geladeira imposta a Xuxa Meneghel e Jô Soares antes da dispensa. A outrora Rainha dos Baixinhos conseguiu colocação na Record, que agora esconde Sabrina Sato, contratada a peso de ouro em 2014, na “quase madrugada” de sábado, abrindo espaço para reprise de minissérie e novela bíblica.

Um desprestígio para quem chegou à casa com duas horas e trinta minutos; hoje, uma hora e trinta, além da incerteza da continuidade do projeto após a licença-maternidade prevista para o fim do ano. Era de se esperar. A Record fez o mesmo com Marcos Mion – agora designado para “A Fazenda” – e Gugu Liberato, que perdeu todos os benefícios que lhe foram oferecidos em 2009, acatando a decisão do canal acerca de sua presença em realities, exibidos em regime de temporada.

Já Celso Portiolli, pasmem, recuperou duas horas de seu “Domingo Legal” com o término do acordo SBT – Disney. Sabe-se lá por que, a emissora voltou atrás, preferindo alocar nas manhãs de domingo um bloco de desenhos já exaustivamente reprisados, ao invés de apostar em um formato comercialmente vitorioso.

Evidente que a TV anseia por mudanças. Ninguém espera por Angélica no ar initerruptamente, Celso Portiolli preso pelo resto da vida aos domingos ou Sabrina Sato eternamente jovem e pimpona – assim como Xuxa, um dia, precisou aposentar a nave; Jô Soares certamente teria de se levantar do sofá, a juventude tardia de Marcos Mion chegaria ao fim e Gugu Liberato não mais tem o pique para passar horas a fio à frente de um dominical. Devemos, porém, respeito aos grandes. E aos bons.

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Duh Secco é “telemaníaco” desde criancinha. Em 2014, criou o blog “Vivo no Viva”, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.

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Duh Secco é  "telemaníaco" desde criancinha. Em 2014, criou o blog Vivo no Viva, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.