Preta Gil relata dor após ser vaiada em público e faz desabafo

Preta Gil
Preta Gil recordou momento delicado que viveu (Imagem: Divulgação)

Atualmente uma voz importante na luta contra o preconceito, Preta Gil recordou de quando foi vaiada por usar o termo “mulata” em um discurso em público.

Durante sua participação no Power Trip Summit, da revista Maria Claire, a cantora confessou: “Fiquei muito envergonhada, me perguntava ‘como isso não chegou até mim?’. Entendo a raiva que as mulheres ficaram”.

“Estou vendo mulheres negras aqui nesse espaço, isso não existia. Na minha juventude sempre fui a única preta em todos os ambientes”, contou a artista.

Após o episódio, Preta Gil entendeu os privilégios que possui por não ser negra retinta, ter cabelos lisos e também por ser famosa. “Para entender que isso tudo me dá passibilidade eu tive que receber uma vaia. Óbvio que aquilo me doeu”, confessou.

“Se eu não tivesse sido vaiada talvez eu não tivesse amadurecido e aprendido tanto sobre a nossa história”, pontuou a famosa, que contou buscou ajuda de Taís Araújo, que citou um grupo com mulheres negras.

“A gente vive uma grande farsa no nosso país no que diz respeito à democracia racial. Vivemos uma disparidade. A gente está começando a emergir, se unir, mas ainda é tudo muito difícil. Temos que realmente provocar para que as instituições contem a nossa história de verdade”, frisou.

Preta Gil faz confissão

Em recente conversa com a Quem, a cantora revelou que está cansada de levantar bandeiras contra os mais diversos preconceitos:

“A capa de militante tem uma hora que ela cansa, porque a gente tem que se colocar e entender que somos atravessadas por tudo isso, então a gente sofre. Dói. Quando a gente vê algo acontecer com alguma pessoa, ou com a gente mesma, sofre. Isso gera gatilhos com os quais temos que saber lidar”.

“Mas nem sempre estamos fortes para defender [os outros] ou nos defendermos. Muitas vezes a gente quer só calar e viver, e aí vou na minha rede de apoio, nas minhas amigas, nas pessoas que acabam me fortalecendo para eu não desistir. Mas é complicado, a gente não precisar ter opinião o tempo todo sobre tudo. Não precisa o tempo todo estar se colocando”, pontuou a artista.

“A branquitude que impôs isso para a gente, o racismo, todas essas opressões vêm dela. Nós estamos aqui absorvendo isso há muitos ano. Temos o direito de viver, de ter uma vida onde essas dores não nos atravessem. Mas é impossível (ênfase)”, lamentou.

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