TV Vitória, afiliada da Record, descumpriu as leis regulamentares, conforme relato de sindicato (Imagem: Reprodução / Facebook)
A afiliada da Record no Espírito Santo, TV Vitória, representada pelo Grupo Buaiz de Comunicação, não vem respeitando as regras impostas para o isolamento social em razão da pandemia do novo coronavírus, que afetou todas as estações televisivas.
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No caso da emissora afiliada à Record em terra capixaba, as coisas parecem se agravar diante da covid-19. O canal tem um de seus apresentadores com caso confirmado de coronavírus e outro aguardando o resultado de exames, após ter sido internado e posto em isolamento.
No início do mês de abril, o grupo de comunicação realizou uma reunião, sem qualquer comunicação sindical, conforme traz o site do Sindicato de Jornalistas Profissionais no Estado do Espírito Santo (Sindijornalistas-ES), promovendo a demissão em massa de 25 profissionais.
Segundo o Sindijornalistas, o veículo não homologou um pedido para o acompanhamento sindical, o que feriu a legislação trabalhista, bem como tratados internacionais junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT). A demora pela entrada com a documentação legal, em 10 dias, para o saque do FGTS e seguro desemprego infringiu as leis.
Outra medida ilegal, de acordo com o sindicato, foi que a emissora colocou em prática a utilização de equipamentos usados para transmissões fazendo com que o profissional grave, edite e transmita reportagens. As ações facilitam o contágio de coronavírus e aumentem o risco de contaminação. Outra observação é a sobrecarga de tarefas que um profissional vem fazendo sob o mesmo salário, ou seja, a realização de várias funções técnicas ao mesmo tempo.
“Além da sobrecarga de trabalho, a economia implica futuramente em perda da qualidade da informação e, logo, na perda de audiência e anunciantes. Ao forçar que o profissional faça tudo, em tempo cada vez mais reduzido, fica humanamente impossível garantir a qualidade da informação. Além disso, aumenta o estresse e problemas de saúde, refletindo também no afastamento dos profissionais. É uma economia sem sentido. Que trará consequências graves no futuro”, comentou Douglas Dantas, coordenador-geral do Sindijornalistas.
A última medida que o veículo tomou se deu em uma reunião, contrariando as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com denúncias feitas pelo sindicato, o canal realizou aglomeração com dezenas de profissionais, o que deixou muitos presentes em alerta pela possibilidade de contágio pela doença.
De acordo com o sindicato, a emissora foi notificada “para evitar a reunião” e alertada de que “será responsabilizada por dano moral coletivo, em caso de contaminação de seus profissionais e de descumprimento a normas legais sobre saúde no ambiente de trabalho“.
De acordo com o sindicato, profissionais alertaram para a falta de máscaras suficientes. “Teria sido entregue apenas duas para cada jornalista, sendo que recomenda-se a troca a cada duas horas. Considerando que a carga horária mínima é de 5h30, necessitaram de ao menos de três máscaras“, traz o site do órgão.
“Mediante a contaminação de um profissional, e outro com suspeita, o Sindijornalistas reforça a necessidade do Grupo Buaiz garantir todas as normas de segurança e saúde fornecendo em quantidade suficientes os EPI’s, bem como realizando a testagem em todos seus funcionários para imediato afastamento dos que por ventura estiveram contaminados. Ação essa que evitará um possível foco como ocorrido em uma emissora do Rio de Janeiro que chegou a ser fechada“, posicionou-se o órgão contrário à afiliada da Record no ES.
“Quanto ao acúmulo de função com utilização de mais um equipamento a ser higienizado, o Sindicato entende que deve ser imediatamente suspensa essa utilização. O Sindijornalistas já esta tomando todas as medidas cabíveis, inclusive jurídicas, para resguardar todos os direitos dos profissionais. A entidade reforça a necessidade dos jornalistas fortalecerem seu Sindicato se filiando e mantendo em dia suas mensalidades“, diz o Sindijornalistas.
Da Redação
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