Um dia depois do Jornal Nacional, da Globo, citar a Igreja Universal ao noticiar as apurações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) sobre o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), a Record decidiu reagir e atacar a concorrente.
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No Domingo Espetacular, que foi ao ar ontem (13), a emissora apontou uma nota de repúdio em que afirmou ser acusada, sem provas, pela rival. “A Globo apresentou sem provas um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a instituição e a prefeitura da capital fluminense”, destacou Carolina Ferraz.
Edu Ribeiro completou: “As acusações acontecem às vésperas da eleição municipal e em um momento em que a família Marinho ganha as manchetes pela ligação com Dário Messer, conhecido como o doleiro dos doleiros, réu na operação Lava Jato”.
Em seguida, a Record exibiu uma reportagem de mais de 10 minutos em defesa da igreja fundada por Edir Macedo. “Acusação contra uma instituição que há décadas sofre perseguição religiosa”, disse a matéria, que conversou com o bispo Renato Cardoso, atual responsável pela Universal no Brasil.
Responsável pela instituição no Rio, o bispo Jadson Santos acusou a Globo de privilégios com o Judiciário: “Record não sabe de nada, SBT não sabe de nada, Band não sabe de nada e a Globo sabe de tudo e chega antes. É estranho. Eu fico me perguntando o motivo dela ter essa ligação tão forte”.
O prefeito Marcelo Crivella também reagiu: “Eu nunca vi uma afirmação tão leviana, tanta insanidade, um ódio tão neurótico. As pessoas que falam isso deveriam provar”.
A reportagem do Domingo Espetacular ainda entrevistou advogados, cientistas políticos e analistas, que criticaram o vazamento de informações para o canal carioca. Ela também lembrou da recente citação da família Marinho em depoimento de Dário Messer, o que, segundo o canal paulista, teria motivado a acusação contra a Universal.
A briga entre a instituição evangélica com a Globo é antiga e sempre acaba sendo reforçada por conta da ligação entre Universal e Record, sua concorrente na audiência.
Acusação no JN
No JN, William Bonner citou a Operação Hades, que investiga um suposto ‘QG da Propina’. “O MP afirma que a Igreja Universal do Reino de Deus foi usada para lavar dinheiro desviado no esquema de corrupção da Prefeitura do Rio“, disparou Renata Vasconcellos logo na abertura.
Em seguida, a matéria completa revelou os detalhes da apuração. Foi falado sobre os indícios de “bilionárias movimentações atípicas” da Igreja Universal do Reino de Deus, afirmando que seria “verossímil concluir que a entidade religiosa está sendo utilizada como instrumento para lavagem de dinheiro”.
A quantia, por sua vez, seria “fruto da endêmica corrupção instalada na alta cúpula da administração municipal”. Por fim, o MP citou ainda o suposto “envolvimento de Mauro Macedo [primo de Edir Macedo] na trama criminosa”.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]