O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) está acusando Raissa Caroline Tavolaro, esposa de Douglas Tavolaro, CEO da CNN Brasil, de enriquecimento ilícito por viajar ao exterior por vários períodos enquanto era funcionária da Assembleia Legislativa do Estado.
Raissa tinha salário de R$ 15 mil mensais e esteve ausente, entre 2016 e 2018, da Alesp, em ocasiões onde deveria ter atuado em seu papel de servidora, de acordo com levantamento feito pelo The Intercept Brasil. Raissa era assessora do Partido Republicano Brasileiro (PRB), braço político da Igreja Universal do Reino de Deus – esta pertencente a Edir Macedo.
A suspeita surgiu após Raissa publicar em seu Instagram fotos em hotéis de luxo no exterior. Um deles, em Lisboa, tem diária de US$ 200; outro, em Joanesburgo, África do Sul, de US$ 300. Nestas duas ocasiões, pautas importantes eram votadas na Alesp – e, devido a atuação do PRB, ela teria que estar no local.
A movimentação chamou a atenção do MP-SP, que a acusou não só por enriquecimento ilícito como, também, por improbidade administrativa, e solicitou a indisponibilidade de bens até o limite de R$ 163.991,32. O valor é a soma do que ela recebeu enquanto não atuou na função, mais multa.
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Segundo o portal, ao órgão, Raissa afirmou que “registrou sua frequência entre 1º/09/2016 a 23/04/2018 como se houvesse comparecido regularmente ao seu local de trabalho, apesar de estar ausente em parte dele”, e que os registros foram retroativos. Segundo ela, todos não necessitavam de autorização superior.
A justificativa não foi aceita pela juíza do caso. Agora, Raissa Tavolaro precisa devolver R$ 104.018,10, já que R$ 59.973,22, localizados em uma das contas bancárias da agora ex-servidora – ela pediu para sair do cargo em junho de 2018 -, já foram bloqueados.
