Novelas da Manchete permanecem encalhadas em novo leilão

Manchete
Christiane Torloni (Dora) e Raul Gazolla (Alex) em Kananga do Japão; novela integra leilão da Manchete (Imagem: Reprodução / Editora Abril)

O leilão da massa falida da Rede Manchete entrou na segunda fase sem receber sequer um lance até o momento. Desde o último dia 20, o acervo da emissora vem sendo oferecido por metade do preço inicial. Toda a dramaturgia produzida pelo canal entre 1984 e 1994 está disponível para possíveis compradores por R$ 1.549.427,00 – na primeira etapa, o material saía por R$ 3.098.854,00.

O lote inclui a minissérie Marquesa de Santos (1984), que abriu os trabalhos do canal no setor em que a Globo, na ocasião, reinava absoluta. Também novelas de enorme sucesso, como Dona Beija (1986), Corpo Santo (1987), Carmem (1987), Kananga do Japão (1989), Pantanal (1990) e A História de Ana Raio e Zé Trovão (1990). Relíquias como Viver a Vida (1984) e Novo Amor (1986), de Manoel Carlos, completam o acervo.

O pacote com infantis – como Clube da Criança e Milk Shake, de Angélica – e telejornais, além de outras atrações da linha de shows e transmissões do Carnaval, também passou por redução: de R$ 626.899,70 para R$ 313.449,85. A marca TV Manchete, cujo lance mínimo era de R$ 124.192,00 na primeira fase, passou a valer R$ 62.096,00 nesta segunda etapa.

Cabe lembrar que a falta de interessados pode estar relacionada à conservação das fitas oferecidas no leilão. É que o acervo da Manchete foi mantido em condições inadequadas, após a falência da emissora e a consequente entrega das concessões para a RedeTV!. As fitas atribuídas às novelas, por exemplo, podem ter sofrido com a ação do tempo e de outros fatores prejudiciais, “desmagnetizando” – ou seja, perdendo a gravação ali presente.

Criada por Adolpho Bloch, um dos nomes de maior relevância da imprensa brasileira, a Manchete esteve no ar entre 1983 e 1999. Por lá, passaram nomes como Agildo Ribeiro, César Filho, Clodovil Hernandes, Eliakim Araújo, Leila Cordeiro, Walmor Chagas e Xuxa Meneghel, entre outros. A dramaturgia da casa revelou talentos como Cristiana Oliveira e Taís Araújo.

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Duh SeccoDuh Secco
Duh Secco é  "telemaníaco" desde criancinha. Em 2014, criou o blog Vivo no Viva, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.