Dani Ornellas critica ausência de negros na história nacional e cita personagem de Nos Tempos do Imperador

Da Redação

19/08/2021

Dani Ornellas

Dani Ornellas celebra oportunidade de reescrever história brasileira, dando destaque a personagens negros (Imagem: Divulgação/ Globo)

Dani Ornellas, intérprete de Cândida em Nos Tempos do Imperador, se emociona ao caminhar pela cidade cenográfica que simula a Pequena África nos estúdios da Globo, no Rio de Janeiro. Isso porque a atriz entende que dar vida a tão forte mulher é uma uma oportunidade de apresentar ao público parte da história nacional que foi omitida nos livros.

Se os meus colegas que interpretam personagens históricos se depararam com diversas lacunas durante as suas pesquisas, imagina para mim? O que eu aprendi sobre mulheres como Cândida não saiu dos livros de História, mas das lições da minha mãe Luísa Margarida, que é professora, fazia questão de me dar“, disse em entrevista ao Notícias da TV.

Na trama global de Alessandro Marson e Thereza Falcão, a mulher de dom Olu (Rogério Brito) é uma personagem fictícia, mas não por isso deixa de ser baseado em figuras reais da época do Império, durante o século 19. Para construir seu papel, a atriz se aprofundou em estudos.

Eu me inspirei na Luiza Mahim [revolucionária e mãe do abolicionista Luís Gama] e na Tereza de Benguela, que conduziu um quilombo com quase mil pessoas entre pretos, indígenas e brancos. Onde está a história dessa mulher e por que eu não aprendi sobre ela na escola?“, indaga.

A personagem, inclusive, tem um forte papel de liderança por acolher pessoas negras que fogem da escravidão e também alforriados que lidam com a repressão política estatal, ilustrada na história pelos mandos e desmandos do capitão Borges (Danilo Dal Farra).

Ela me dá a oportunidade de ficar perdida em meio a histórias que são minhas e não foram contadas para mim, até para que eu possa contar às nossas crianças e adultos que nós, negros, não descendemos de escravizados e, sim, de reis e rainhas“, observa.

Na trama, o próprio Dom Pedro II, personagem de Selton Mello, reconhece a força de Cândida e sua família. O monarca dividiu sua coroa com parte da realeza africana que estava em solo brasileiro. “A gente quer dar voz e corpo a essas histórias que não estão nos nossos livros“, conclui a atriz.

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